Família de paciente afirma que diagnóstico foi equivocado e que pagou por ressonância
Rio - A família de Luiz Pereira da Silva, 71 anos, acusa o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha (HGV), de erro de diagnóstico. Filho do aposentado, Agnaldo da Silva disse que, depois de terem apontado infecção urinária, médicos afirmaram que o paciente tinha câncer. Segundo ele, somente após ressonância magnética feita em clínica particular e paga pela família, foi constatado que Luiz sofre de tuberculose óssea (lesão destrutiva, que pode gerar deformidades) .
O caso foi registrado na 22ª DP (Penha). Luiz deu entrada no HGV dia 18 de julho, caminhando, mas com fortes dores na lombar. Dois dias depois, perdeu movimento das pernas. Após o segundo diagnóstico, de câncer, dado em 15 de agosto, a família ficou desolada. “Tentamos transferência, mas a médica disse que só restava rezar. Quero que os culpados sejam punidos”, disse Agnaldo. Ainda segundo ele, o HGV requisitou diversas vezes ressonância magnética, mas o exame não teria sido feito na rede pública. Em 29 de janeiro, a ressonância foi realizada numa clínica de Botafogo, e parentes tiveram de desembolsar R$ 130.
“A família ficou meses apavorada por causa de um erro. Meu pai em momento algum recebeu tratamento para câncer e ficou sem os cuidados para a tuberculose. Hoje ele não anda”, lamenta, acrescentando que a família conseguiu um desconto de R$ 500 no exame.
O diretor do HGV, João Carlos Arieira, informou ter instaurado procedimento interno para investigar por que a família pagou pela ressonância. O procedimento padrão é levar o paciente, de ambulância, até clínica conveniada ao SUS, sem despesa para os parentes.
TRATAMENTO DEMORADO
Arieira afirma que Luiz deu entrada com a tuberculose óssea em estágio avançado e realizou diversos exames (tomografia, endoscopia, ultrassonografia), além de ter sido avaliado por profissionais do Into. Ele afirma ainda que a doença é de tratamento prolongado e que não há necessidade de cirurgia, pois Luiz apresentou “melhoras significativas na dor”.
CÉREBRO OPERADO DO LADO ERRADO
Outro caso envolvendo suposto erro médico no HGV aconteceu no início de março. Veronica Cristina Barros, 31 anos, morreu após ter o lado errado do cérebro operado. O delegado da 22ª DP (Penha), Felipe Ettore, informou que as investigações devem ser concluídas na próxima semana. Segundo ele, ainda faltam ser ouvidos três médicos, entre eles o que a família acusa do erro.
O resultado de sindicância aberta pela Secretaria estadual de Saúde deve sair hoje. Foram afastados do HGV o chefe do Centro de Neurocirurgia, Thorkil Xavier de Brito, e o médico Pedro Ricardo Mendes.
17/04/2009
Fonte: O dia online